eu tomo conta de um menino undívago
ridículo abestado bobo-alegre
o rosto é mais umbigo que o umbigo
a pele é mais mendigo que pele
e eu vesti
seus piolhos furta-cor
bicam feito corvos
meu odor
sua bruxaria
são duas bassouras
num beijo
nada é barrido
nada boa
não se barre o barro
não se é bom
mas nada no quintal
é resto
a cutícula ateia em toda unha
o fogo de sua cauda histérica
a polícia caça na floresta
a punção volátil
a agulha volátil
o senhor não sabe lidar com felixilina,
mas venha e tente e manipule e dê a faxina
na casa da canção que não é sua
já estava combinado com os mudos
eles derruiriam após a nossa saída
a casa da canção que não é sua
é uma pilha, toda sua
e eu volto a ser um trecho dele
uma traça, uma trela
ele é o meu casaco de pele
e eu visto violentamente
quase cobra
mas eu continuei senhor
eis-me senhor com um assobio
e ele não me dá trela,
ele undívago, sinuoso, aquarelal
prego e salvador
o que mais for, eu não sei mesmo
o que é “morcego”. meu impulso imprime
na sua testa um vento confuso e concentrado.
menino-do-buchão de cristal.
então tomar café de perto, talvez dentro, talvez o estômago
uma gruta de pó. e enfim a babá egocêntrica
receberá pelo que inveja.
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